29 de abr. de 2011

Papa João Paulo II - Peregrino do Amor!



"És o Peregrino do Amor
Buscou os jovens com tanto ardor
Ninguem jamais andou por tantas terras
Nem levou a paz a tantas guerras
Tentaram até calar a tua voz
Em troca revelou o Céu a nós
Um Mendigo do meu Senhor
Por isso eu te sigo
Peregrino do Amor..."

(Anjos de Resgate)
Se eu te perguntar o que é amizade, naturalmente me diria, que são pessoas que estão sempre contigo, que se diverte contigo...
Agora, se eu perguntasse pra Deus, olhe só o que Ele responderia: 
"O amigo fiel não tem preço" (Sl 6,15), pois "ele ama em todo o tempo" (Pv 17,17. "O amigo fiel é uma forte proteção; quem o encontrou, deparou um tesouro" (Eclo 6,14).
Portanto, amigo é aquele que ama em todo o tempo, ou seja, ele pode estar aonde for, se alguém te ofender, ele defende, se você estiver passando por um momento ruim, ele está lá te apoiando, lhe passando forças.
Amigo de verdade é aquele que nasce pela fé. 
É aquele anjo guardião que Deus envia para estar com a gente em cada momento de nossa vida. Aquele que leva nosso coração, ao coração de Deus. Aquele que conforta num momento de dor, se alegra com as vitórias, que está sempre com a gente.
Um bom amigo é como um bisturi nas mãos de Deus, capaz de rasgar a nossa alma para que o nosso coração possa ser curado.

Então, que nós jovens possamos ser cada vez mais amigos.
Que sejamos anjos guardiões.

Primeiras imagens da trasladação do corpo de João Paulo II



Caixão com o corpo de João Paulo II trasladado para junto do túmulo de São Pedro. Vai ser exposto à veneração dos fiéis após a celebração da beatificação, no domingo.

O caixão de João Paulo II foi hoje retirado do seu túmulo e colocado junto ao de São Pedro, onde vai ficar até à manhã de domingo.

O caixão de Karol Wojtyla permanecerá no piso inferior da basílica de São Pedro até domingo de manhã sendo depois colocada à “veneração dos fiéis” em frente ao altar principal da Basilica.

O programa completo das celebrações ligadas à beatificação inicia-se a 30 de abril com uma vigília ao ar livre, no Circo Máximo de Roma, momento em que haverá uma ligação em direto a cinco locais de culto dedicados à Virgem Maria, em todo o mundo, incluindo o santuário de Fátima. (a vigília será transmitida pela TV Canção Nova às 18:00 deste sábado).

A missa da beatificação será transmitida às 05:00 deste domingo.

25 de abr. de 2011

Mensagem Urbi et Orbi do Santo Padre Bento XVI


«In resurrectione tua, Christe, coeli et terra laetentur – Na vossa Ressurreição, ó Cristo, alegrem-se os céus e a terra» (Liturgia das Horas).


Amados irmãos e irmãs de Roma e do mundo inteiro!

A manhã de Páscoa trouxe-nos etse anúncio antigo e sempre novo: Cristo ressuscitou! O eco deste acontecimento, que partiu de Jerusalém há vinte séculos, continua a ressoar na Igreja, que traz viva no coração a fé vibrante de Maria, a Mãe de Jesus, a fé de Madalena e das primeiras mulheres que viram o sepulcro vazio, a fé de Pedro e dos outros Apóstolos.

Até hoje – mesmo na nossa era de comunicações supertecnológicas – a fé dos cristãos assenta naquele anúncio, no testemunho daquelas irmãs e daqueles irmãos que viram, primeiro, a pedra removida e o túmulo vazio e, depois, os misteriosos mensageiros que atestavam que Jesus, o Crucificado, ressuscitara; em seguida, o Mestre e Senhor em pessoa, vivo e palpável, apareceu a Maria de Magdala, aos dois discípulos de Emaús e, finalmente, aos onze, reunidos no Cenáculo (cf. Mc 16, 9-14).

A ressurreição de Cristo não é fruto de uma especulação, de uma experiência mística: é um acontecimento, que ultrapassa certamente a história, mas verifica-se num momento concreto da história e deixa nela uma marca indelével. A luz, que encandeou os guardas de sentinela ao sepulcro de Jesus, atravessou o tempo e o espaço. É uma luz diferente, divina, que fendeu as trevas da morte e trouxe ao mundo o esplendor de Deus, o esplendor da Verdade e do Bem.

Tal como os raios do sol, na primavera, fazem brotar e desabrochar os rebentos nos ramos das árvores, assim também a irradiação que dimana da Ressurreição de Cristo dá força e significado a cada esperança humana, a cada expectativa, desejo, projecto. Por isso, hoje, o universo inteiro se alegra, implicado na primavera da humanidade, que se faz intérprete do tácito hino de louvor da criação. O aleluia pascal, que ressoa na Igreja peregrina no mundo, exprime a exultação silenciosa do universo e sobretudo o anseio de cada alma humana aberta sinceramente a Deus, mais ainda, agradecida pela sua infinita bondade, beleza e verdade.

«Na vossa ressurreição, ó Cristo, alegrem-se os céus e a terra». A este convite ao louvor, que hoje se eleva do coração da Igreja, os «céus» respondem plenamente: as multidões dos anjos, dos santos e dos beatos unem-se unânimes à nossa exultação. No Céu, tudo é paz e alegria. Mas, infelizmente, não é assim sobre a terra! Aqui, neste nosso mundo, o aleluia pascal contrasta ainda com os lamentos e gritos que provêm de tantas situações dolorosas: miséria, fome, doenças, guerras, violências. E todavia foi por isto mesmo que Cristo morreu e ressuscitou! Ele morreu também por causa dos nossos pecados de hoje, e também para a redenção da nossa história de hoje Ele ressuscitou. Por isso, esta minha mensagem quer chegar a todos e, como anúncio profético, sobretudo aos povos e às comunidades que estão a sofrer uma hora de paixão, para que Cristo Ressuscitado lhes abra o caminho da liberdade, da justiça e da paz.

Possa alegrar-se aquela Terra que, primeiro, foi inundada pela luz do Ressuscitado. O fulgor de Cristo chegue também aos povos do Médio Oriente para que a luz da paz e da dignidade humana vença as trevas da divisão, do ódio e das violências. Na Líbia, que as armas cedam o lugar à diplomacia e ao diálogo e se favoreça, na situação actual de conflito, o acesso das ajudas humanitárias a quantos sofrem as consequências da luta. Nos países da África do Norte e do Médio Oriente, que todos os cidadãos – e de modo particular os jovens – se esforcem por promover o bem comum e construir um sociedade, onde a pobreza seja vencida e cada decisão política seja inspirada pelo respeito da pessoa humana. A tantos prófugos e aos refugiados, que provêm de diversos países africanos e se vêem forçados a deixar os afectos dos seus entes mais queridos, chegue a solidariedade de todos; os homens de boa vontade sintam-se inspirados a abrir o coração ao acolhimento, para se torne possível, de maneira solidária e concorde, acudir às necessidades prementes de tantos irmãos; a quantos se prodigalizam com generosos esforços e dão exemplares testemunhos nesta linha chegue o nosso conforto e apreço.

Possa recompor-se a convivência civil entre as populações da Costa do Marfim, onde é urgente empreender um caminho de reconciliação e perdão, para curar as feridas profundas causadas pelas recentes violências. Possa encontrar consolação e esperança a terra do Japão, enquanto enfrenta as dramáticas consequências do recente terremoto, e demais países que, nos meses passados, foram provados por calamidades naturais que semearam sofrimento e angústia.

Alegrem-se os céus e a terra pelo testemunho de quantos sofrem contrariedades ou mesmo perseguições pela sua fé no Senhor Jesus. O anúncio da sua ressurreição vitoriosa neles infunda coragem e confiança.

Queridos irmãos e irmãs! Cristo ressuscitado caminha à nossa frente para os novos céus e a nova terra (cf. Ap 21, 1), onde finalmente viveremos todos como uma única família, filhos do mesmo Pai. Ele está connosco até ao fim dos tempos. Sigamos as suas pegadas, neste mundo ferido, cantando o aleluia. No nosso coração, há alegria e sofrimento; na nossa face, sorrisos e lágrimas. A nossa realidade terrena é assim. Mas Cristo ressuscitou, está vivo e caminha connosco. Por isso, cantamos e caminhamos, fiéis ao nosso compromisso neste mundo, com o olhar voltado para o Céu.

Boa Páscoa a todos!

24 de abr. de 2011

Reflexão para o Domingo de Páscoa


Transcorrido o sábado, Maria Madalena, Maria a Mãe de Tiago, e Salomé, compraram perfumes para ir embalsamar Jesus. Muito de madrugada, no primeiro dia da semana, ao nascer do sol, dirigiram-se ao sepulcro. Assim começa São Marcos a narração do sucedido naquela madrugada de há dois mil anos, na primeira Páscoa cristã.

Jesus tinha sido sepultado. Aos olhos dos homens, a sua vida e a sua mensagem tinham terminado com o mais profundo dos fracassos. Os seus discípulos, confusos e atemorizados, tinham-se dispersado. As próprias mulheres que acodem para realizar um gesto piedoso, perguntam-se umas às outras: quem nos tirará a pedra da entrada do sepulcro? "No entanto, faz notar São Josemaria, seguem adiante... Tu e eu, como andamos de vacilações? Temos esta decisão santa, ou temos de confessar que sentimos vergonha ao contemplar a decisão, a intrepidez, a audácia destas mulheres?".

Cumprir a Vontade de Deus, ser fiéis à lei de Cristo, viver coerentemente a nossa fé, pode parecer às vezes muito difícil. Apresentam-se obstáculos que parecem insuperáveis. No entanto, não é assim. Deus vence sempre.

A epopéia de Jesus de Nazaré não termina com a sua morte ignominiosa na Cruz. A última palavra é a da Ressurreição gloriosa. E os cristãos, no Batismo, somos mortos e ressuscitados com Cristo: mortos para o pecado e vivos para Deus. «Oh Cristo – dizemos com o Santo Padre João Paulo II –, como não te dar graças pelo dom inefável que nos ofereces nesta noite! O mistério da tua Morte e da tua Ressurreição infunde-se na água batismal que acolhe o homem velho e carnal, e o faz puro, com a mesma juventude divina» (Homilia, 15-IV-2001).

Hoje a Igreja, cheia de alegria, exclama: este é o dia que o Senhor fez: regozijemo-nos e alegremo-nos com ele! Grito de júbilo que se prolongará durante cinqüenta dias, ao longo do tempo pascal, como um eco das palavras de São Paulo: posto que vós ressuscitastes com Cristo, procurai os bens do alto, onde está Cristo sentado à direita de Deus. Ponham todo o coração nos bens do céu, não nos da terra; porque morrestes e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.

É lógico pensar – e assim o considera a Tradição da Igreja – que Jesus Cristo, uma vez ressuscitado, apareceu em primeiro lugar à sua Santíssima Mãe. O fato de que não apareça nos relatos evangélicos, com as outras mulheres, é – como assinala João Paulo II – um indício de que Nossa Senhora já havia se encontrado com Jesus.

«Esta dedução ficaria confirmada também – acrescenta o Papa – pelo fato de que as primeiras testemunhas da ressurreição, por vontade de Jesus, foram as mulheres, as quais permaneceram fiéis ao pé a Cruz e, portanto, mais firmes na fé» (Audiência, 21-V-1997). Só Maria tinha conservado plenamente a fé, durante as horas amargas da Paixão; por isso é natural que o Senhor tivesse aparecido a Ela em primeiro lugar.

Temos de permanecer sempre junto à Nossa Senhora, mas mais ainda no tempo de Páscoa, e aprender d’Ela. Com que ânsias tinha esperado a Ressurreição! Sabia que Jesus tinha vindo salvar o mundo e que, portanto, devia padecer e morrer; mas também conhecia que não podia ficar sujeito à morte, porque Ele é a Vida.

Uma boa forma de viver a Páscoa consiste em esforçar-nos por fazer os outros participantes da vida de Cristo, cumprindo com primor o mandamento novo da caridade, que o Senhor nos deu na véspera da sua Paixão: nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros. Cristo ressuscitado repete agora a cada um de nós. Diz-nos: amem-se de verdade uns aos outros, esforcem-se todos os dias por servir os outros, estejam atentos aos detalhes mais pequenos, para fazer a vida agradável aos que convivem convosco.

Mas voltemos ao encontro de Jesus com a sua Santíssima Mãe. Que contente estaria Nossa Senhora, ao contemplar aquela Humanidade Santíssima – carne da sua carne e vida da sua vida – plenamente glorificada! Peçamos-lhe que nos ensine a sacrificar-nos pelos outros sem o fazer notar, sem esperar sequer que nos agradeçam: que tenhamos fome de passar inadvertidos, para assim possuirmos a vida de Deus e comunicá-la a outros. Hoje dirigimos-lhe a oração do Regina Caeli, saudação própria do tempo pascal. Rainha do Céu alegrai-vos, aleluia / Porque aquele que merecestes trazer em vosso seio, aleluia / Ressuscitou como disse, aleluia. / Rogai por nós a Deus, aleluia. / Exultai e alegrai-vos, ó Virgem Maria, aleluia / Porque o Senhor ressuscitou verdadeiramente, aleluia.

Dom Javier Echevarría, Opus Dei

FELIZ PÁSCOA A TODOS!!!

23 de abr. de 2011

A Sétima Dor de Maria Santíssima...


“Uma mãe, que se acha presente aos sofrimentos e à morte do filho, sente e sofre incontestavelmente todas as suas dores. Mas depois, quando o vê morto e prestes a ser sepultado, oh! Então, o pensamento de deixá-lo, para nunca mais tornar a vê-lo, causa-lhe uma dor que excede todas as outras dores. Eis a sétima e última espada de dor. A Mãe Santíssima vira o Filho morrer na cruz, recebera-O depois de morto, e agora vê-se obrigada a deixá-Lo finalmente no sepulcro, para não mais gozar de sua amável presença.
Compreenderemos melhor esta última dor da Senhora, se subirmos ao Calvário e aí contemplarmos a desolada Mãe, ainda abraçada com o Filho morto... Ah! Filho dileto, tudo perdi, vos perdendo! Ó verdadeiro Filho de Deus, — assim a faz queixar-se Bernardino de Busti com Pseudo-Bernardo — Vós me éreis pai, filho e esposo e vida; agora estou sem pai, sem esposo, sem filho; perdi tudo, numa palavra.
Deste modo expandia a Mãe a sua dor, abraçada ao Filho sem vida. Mas os santos discípulos receavam lhes expirasse de dor a pobre Mãe, e por isso se apressam em tirar-lhe do regaço o Filho sem vida. Fazendo-lhe, pois, respeitosa violência, tiram-no dos braços, o embalsamam com aromas, envolvem-no numa mortalha, preparada de propósito para Ele... Levam o Sagrado Corpo à sepultura. Forma-se o cortejo fúnebre e os discípulos acompanham-no, juntamente com as santas mulheres. Entre as últimas, caminha a Mãe dolorosa, levando também ela o Filho à sepultura. Ter-se-ia a Senhora de boa mente sepultado viva com o Filho, como reza uma sua revelação a Santa Brígida. Mas, esta não sendo a divina vontade, acompanhou resignada o sacrossanto corpo de Jesus ao sepulcro, no qual, como refere Barônio, depositaram também os cravos e a coroa de espinhos. No momento de fechá-lo com a pedra, voltaram-se os discípulos para Maria com as palavras: Eia, Senhora, vai ser fechado o túmulo. Ânimo! Contemplai vosso Filho pela última vez e dai-lhe um derradeiro adeus! Assim, pois, ó dileto Filho, teria então dito talvez a Senhora, assim, pois, não mais te tornarei a ver? Recebe com meu último olhar o último adeus de tua aflita Mãe; recebe meu coração, que deixo contigo no sepulcro! Era-lhe ardente o desejo de sepultar também sua alma com o Filho, observa Vulgato Fulgêncio.
A pobre Virgem assim falou a Santa Brígida: Na sepultura de meu Filho estavam sepultados dois corações!
Finalmente, os discípulos tomaram a pedra e fecharam no túmulo o corpo de Jesus, aquele tesouro que não tem igual nem no céu nem na terra. Intercalemos aqui uma digressão. Maria deixa seu coração sepultado com Jesus, porque lhe é Jesus o único tesouro. ‘Porque onde está o vosso tesouro, aí está também o vosso coração’ (Lc 12, 34). E nós, onde sepultaremos o nosso? Nas criaturas, talvez? No desprezível pó? Por que não em Jesus? Ainda que haja subido ao céu, quis, entretanto, permanecer no meio de nós no Sacramento, justamente para possuir e guardar nossos corações. Voltemos, porém, a Maria. Antes de se afastar do sepulcro, bendisse àquela pedra sagrada, como refere Boaventura Baduário: ‘Ó pedra feliz, que agora encerras Aquele que tive nove meses no seio, eu te bendigo e invejo. Deixo-te guardando este meu Filho que é todo o meu bem, todo o meu amor’. E dirigindo-se ao Pai Eterno, rezou: Meu Pai, a vós encomendo este Filho, que é vosso e meu”
(Fonte: “Glórias de Maria Santíssima” por Santo Afonso Maria de Ligório)

Reflexão para o Sábado Santo


Hoje é um dia de silêncio na Igreja: Cristo jaz no sepulcro e a Igreja medita, admirada, o que fez este Senhor nosso por nós. Guarda silêncio para aprender do Mestre, ao contemplar o seu corpo destroçado.

Cada um de nós pode e deve unir-se ao silêncio da Igreja. E ao considerar que somos responsáveis por essa morte, esforçar-nos-emos para que as nossas paixões, as nossas rebeldias, tudo o que nos afaste de Deus, guardem silêncio. Mas sem estarmos meramente passivos: é uma graça que Deus nos concede quando a pedimos diante do Corpo morto do seu Filho, quando nos empenhamos por tirar da nossa vida tudo o que nos afasta d’Ele.

O Sábado Santo não é um dia triste. O Senhor venceu o demônio e o pecado, e dentro de poucas horas vencerá também a morte com a sua gloriosa Ressurreição. Reconciliou-nos com o Pai celestial: já somos Filhos de Deus! É necessário fazer propósitos de agradecimento, que tenhamos a segurança de superar todos os obstáculos, sejam de que tipo for, se nos mantivermos bem unidos a Jesus pela oração e pelos sacramentos.

O mundo tem fome de Deus, ainda que muitas vezes não o saiba. As pessoas estão desejando que se lhes fale desta realidade gozosa – o encontro com o Senhor –, e para isso viemos nós os cristãos. Tenhamos a valentia daqueles dois homens – Nicodemos e José de Arimateia –, que durante a vida de Jesus Cristo mostravam respeitos humanos, mas que, no momento definitivo, se atrevem a pedir a Pilatos o corpo morto de Jesus, para lhe dar sepultura. Ou a daquelas mulheres santas que, sendo Cristo já um cadáver, compram aromas e acodem para embalsamá-lo, sem ter medo dos soldados que guardam o sepulcro.

À hora da debandada geral, quando todo o mundo se sentiu com direito de insultar, rir e mofar-se de Jesus, eles vão dizer: dá-nos esse Corpo, que nos pertence. Com que cuidado o desceriam da Cruz e iriam olhando as suas Chagas! Peçamos perdão e digamos, com palavras de São Josemaria: eu subirei com eles ao pé da Cruz, apertar-me-ei ao Corpo frio, cadáver de Cristo, com o fogo do meu amor..., despregá-Lo-ei com os meus desagravos e mortificações..., envolvê-Lo-ei com o lençol novo da minha vida limpa e enterrá-Lo-ei no meu peito de rocha viva, onde ninguém mo poderá arrancar; e, aí, Senhor, descansai!

Compreende-se que pusessem o corpo morto do Filho nos braços da Mãe, antes de dar-lhe sepultura. Maria era a única criatura capaz de lhe dizer que entende perfeitamente o seu Amor pelos homens, pois Ela não foi causadora dessas dores. A Virgem Puríssima fala por nós; mas fala para nos fazer reagir, para que experimentemos a sua dor, feita uma só coisa com a dor de Cristo.

Tiremos propósitos de conversão e de apostolado, de identificar-nos mais com Cristo, de estar totalmente centrados nas almas. Peçamos ao Senhor que nos transmita a eficácia salvadora da sua Paixão e da sua Morte. Consideremos o panorama que se nos apresenta por diante. As pessoas que nos rodeiam esperam que nós os cristãos lhes descubramos as maravilhas do encontro com Deus. É necessário que esta Semana Santa – e depois todos os dias – seja para nós um salto de qualidade, um dizer ao Senhor que se meta totalmente nas nossas vidas. É preciso comunicar a muitas pessoas a Vida nova que Jesus Cristo nos conseguiu com a Redenção.

Recorramos a Santa Maria: Virgem da Solidão, Mãe de Deus e Mãe nossa, ajuda-nos a compreender – como escreve São Josemaria – que é preciso fazer vida nossa a vida e a morte de Cristo. Morrer pela mortificação e pela penitência, para que Cristo viva em nós pelo Amor. E seguir então os passos de Cristo, com ânsia de corredimir todas as almas. Dar a vida pelos outros. Só assim se vive a vida de Jesus Cristo e nos fazemos uma só coisa com Ele.

Dom Javier Echevarría, Opus Dei

Na cruz, Cristo encontra-se no ápice do poder. 
Exatamente porque Ele se encontra no auge do amor! 
Todo o verdadeiro amor gera o sacrifício mas nem todo o sacrifício gera o amor. Deus não é sacrifício. Deus é Amor. E porque é amor tornou-Se sacrifício. Jubiloso.
A finalidade da Semana Santa consiste em receber o dom de misericórdia de Deus — dom que recebemos na medida em que lhe abrimos nosso coração, lançando fora o que não pode permanecer juntamente com a misericórdia.
Uma das primeiras coisas que devemos lançar fora é o temor. O temor estreita ainda mais a pequena entrada de nosso coração, diminui nossa capacidade de amar. Resfria nossa capacidade de nos darmos. Se estivéssemos aterrorizados diante de Deus como diante de um juiz inexorável, não esperaríamos, confiantes, sua misericórdia, nem nos aproximaríamos dele confiantemente, na oração. Nossa paz, nossa alegria são uma garantia da graça.
E não há outro caminho para alcançar a paz, senão o do pleno abandono à vontade de Deus, isto é, ao Seu amor.

22 de abr. de 2011

Reflexão para a Sexta-Feira Santa


Hoje queremos acompanhar Cristo na Cruz. Recordo umas palavras de São Josemaria, numa Sexta-Feira Santa. Convidava-nos a reviver pessoalmente as horas da Paixão: desde a agonia de Jesus no Horto das Oliveiras até à flagelação, a coroação de espinhos e a morte na Cruz. Dizia: atada a omnipotência de Deus por mão de homem levam o meu Jesus de um lado para outro, entre os insultos e os empurrões da multidão.

Cada um de nós pode se ver no meio daquela multidão, porque foram os nossos pecados a causa da imensa dor que se abate sobre a alma e o corpo do Senhor. Sim: cada um de nós leva Cristo, convertido em objeto de troça, de uma a outra parte. Somos nós que, com os nossos pecados, reclamamos aos gritos a sua morte. E Ele, perfeito Deus e perfeito Homem, deixa-nos agir. Tinha-o predito o profeta Isaías: maltratado, não abriu a sua boca; como cordeiro levado ao matadouro, como ovelha muda ante os tosquiadores.

É justo que sintamos a responsabilidade dos nossos pecados. É lógico que estejamos muito agradecidos a Jesus. É natural que procuremos a reparação, porque às nossas manifestações de desamor, Ele responde sempre com um amor total. Neste tempo da Semana Santa, vemos o Senhor mais próximo, mais semelhante aos seus irmãos os homens... Meditemos umas palavras de João Paulo II: Quem crê em Jesus crucificado e ressuscitado leva a Cruz como um triunfo, como prova evidente de que Deus é amor... Mas a fé em Cristo nunca se pode dar por pressuposta. O mistério pascal, que reviveremos nos dias da Semana Santa, é sempre atual. (Homilia, 24-III-2002).

Peçamos a Jesus, nesta Semana Santa, que desperte na nossa alma a consciência de ser homens e mulheres verdadeiramente cristãos, para que vivamos de cara a Deus e, com Deus, voltados a todas as pessoas.

Não deixemos que o Senhor leve a Cruz sozinho. Acolhamos com alegria os pequenos sacrifícios diários.

Aproveitemos a capacidade de amar, que Deus nos concedeu, para concretizar propósitos, mas sem ficarmos num mero sentimentalismo. Digamos sinceramente: Senhor, nunca mais! Nunca mais! Peçamos com fé para que nós e todas as pessoas da terra descubramos a necessidade de ter ódio ao pecado mortal e de repelir o pecado venial deliberado, que tantos sofrimentos causaram ao nosso Deus.

Que grande é o poder da Cruz! Quando Cristo é objeto de riso e de escárnio para todo o mundo; quando está no Madeiro sem querer arrancar os cravos; quando ninguém daria nem um centavo pela sua vida, o bom ladrão – um como nós – descobre o amor de Cristo agonizante, e pede perdão. Hoje estarás comigo no Paraíso. Que força tem o sofrimento, quando se aceita junto de Nosso Senhor! É capaz de tirar – das situações mais dolorosas – momentos de glória e de vida. Esse homem que se dirige a Cristo agonizante, encontra a remissão dos seus pecados, a felicidade para sempre.

Nós temos de fazer o mesmo. Se perdermos o medo da Cruz, se nos unirmos a Cristo na Cruz, receberemos a sua graça, a sua força, a sua eficácia. E encher-nos-emos de paz.

Ao pé da Cruz descobrimos Maria, Virgem fiel. Peçamos-lhe, nesta Sexta-Feira Santa, que nos empreste o seu amor e a sua força, para que também nós saibamos acompanhar Jesus. Dirigimo-nos a Ela com umas palavras de São Josemaria, que ajudaram milhões de pessoas. Diz: Minha Mãe (tua, porque és seu por muitos títulos), que o teu amor me ate à Cruz do teu Filho; que não me falte a Fé, nem a valentia, nem a audácia, para cumprir a vontade do nosso Jesus.

Dom Javier Echevarría, Opus Dei
 

" Morreu pregado no madeiro romano
Por mim sofreu a dor de um simples humano
E por amor tomou meus pecados
E me fez digno de ter salvação."

- Anjos de Resgate

21 de abr. de 2011

Reflexão para a Quinta-Feira Santa: A instituição da Eucaristia e do Sacerdócio


A liturgia de Quinta-Feira Santa é riquíssima de conteúdo. É o grande dia da instituição da Sagrada Eucaristia, dom do Céu para os homens; o dia da instituição do sacerdócio, nova prenda divina que assegura a presença real e atual do Sacrifício do Calvário em todos os tempos e lugares, tornando possível que nos apropriemos dos seus frutos.

Aproximava-se o momento em que Jesus ia oferecer a sua vida pelos homens. Tão grande era o seu amor, que na sua Sabedoria infinita encontrou o modo de ir e de ficar, ao mesmo tempo. São Josemaria, ao considerar o comportamento dos que se vêem obrigados a deixar a sua família e a sua casa, para procurar emprego em outro lugar, comenta que o amor humano costuma recorrer aos símbolos. As pessoas que se despedem trocam lembranças entre si, talvez uma fotografia… Jesus Cristo, perfeito Deus e perfeito Homem, não deixa um símbolo, mas uma realidade. Fica Ele mesmo. Embora vá para o Pai, permanece entre os homens. Sob as espécies do pão e do vinho está Ele, realmente presente, com o seu Corpo, o seu Sangue, a sua Alma e a sua Divindade.

Como responderemos a esse amor imenso? Assistindo com fé e devoção à Santa Missa, memorial vivo e atual do Sacrifício do Calvário. Preparando-nos muito bem para comungar, com a alma bem limpa. Visitando Jesus com freqüência, escondido no Sacrário.

A primeira leitura da Missa, recorda o que Deus estabeleceu no Antigo Testamento, para que o povo israelita não se esquecesse dos benefícios recebidos. Desce a muitos detalhes: desde como devia ser o cordeiro pascoal, até aos pormenores que tinham de cuidar para recordar a passagem do Senhor. Se isso se prescrevia para comemorar alguns acontecimentos históricos, que eram só uma imagem da libertação do pecado realizada por Jesus Cristo, como deveríamos comportar-nos agora, quando verdadeiramente fomos resgatados da escravidão do pecado e feitos filhos de Deus!

Esta é a razão por que a Igreja nos inculca um grande esmero em tudo o que se refere à Eucaristia. Assistimos ao Santo Sacrifício todos os domingos e festas de guarda, sabendo que estamos participando numa ação divina?

São João relata que Jesus lavou os pés dos discípulos, antes da Última Ceia. Temos de estar limpos, na alma e no corpo, e aproximarmos para recebê-lo com dignidade. Para isso nos deixou o Sacramento da Penitência.

Comemoramos também a instituição do sacerdócio. É um bom momento para rezar pelo Papa, pelos Bispos, pelos sacerdotes, e para rogar que haja muitas vocações no mundo inteiro. Pediremos melhor na medida em que tenhamos mais diálogo com esse Jesus, que instituiu a Eucaristia e o Sacerdócio. Vamos dizer, com total sinceridade, o que repetia São Josemaria: Senhor, põe no meu coração o amor com que queres que eu te ame.
Na cena de hoje Nossa Senhora não aparece fisicamente, ainda que estivesse em Jerusalém naqueles dias: encontrá-la-emos amanhã ao pé da Cruz. Mas já hoje, com a sua presença discreta e silenciosa, acompanha muito de perto o seu Filho, em profunda união de oração, de sacrifício e de entrega. João Paulo II assinala que, depois da Ascensão do Senhor ao Céu, participaria assiduamente nas celebrações eucarísticas dos primeiros cristãos. E acrescenta o Papa: aquele corpo, entregue em sacrifício e presente agora nas espécies sacramentais, era o mesmo corpo concebido no seu ventre! Receber a Eucaristia devia significar para Maria quase acolher de novo no seu ventre aquele coração que batera em uníssono com o d'Ela (Ecclesia de Eucharistia, 56).

Também agora Nossa Senhora acompanha Cristo em todos os sacrários da terra. Peçamos-lhe que nos ensine a ser almas de Eucaristia, homens e mulheres de fé segura e de piedade forte, que se esforçam por não deixar Jesus só. Que saibamos adorá-lo, pedir-lhe perdão, agradecer os seus benefícios, fazer-lhe companhia.

Dom Javier Echevarría, Opus Dei

20 de abr. de 2011

Reflexão para a Quarta-Feira Santa: A traição de Judas


Na Quarta-Feira Santa recordamos a triste história daquele que foi Apóstolo de Cristo: Judas. Assim conta São Mateus no seu evangelho: Um dos Doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os sumos sacerdotes e disse-lhes: «Quanto me dareis, se eu vo-lo entregar?» Eles garantiram-lhe trinta moedas de prata. E, a partir de então, Judas procurava uma oportunidade para entregar Jesus.

Por que a Igreja recorda este acontecimento? Para que nos convençamos de que todos podemos comportar-nos como Judas. Para que peçamos ao Senhor que, da nossa parte, não haja traições, nem distanciamentos, nem abandonos. Não somente pelas consequências negativas que isso poderia trazer às nossas vidas pessoais, o que já seria muito; mas porque poderíamos arrastar outros, que necessitam da ajuda do nosso bom exemplo, do nosso ânimo, da nossa amizade.

Em alguns lugares da América, as imagens de Cristo crucificado mostram uma chaga profunda na face esquerda do Senhor. E contam que essa chaga representa o beijo de Judas. Tão grande é a dor que os nossos pecados causam a Jesus! Digamos-lhe que desejamos ser-lhe fiéis: que não queremos vendê-lo – como Judas – por trinta moedas, por uma ninharia, pois isso são todos os pecados: a soberba, a inveja, a impureza, o ódio, o ressentimento... Quando uma tentação ameaça atirar-nos para o chão, pensemos que não vale a pena trocar a felicidade dos filhos de Deus, que é o que somos, por um prazer que logo acaba e deixa o gosto amargo da derrota e da infidelidade.

Temos de sentir o peso da Igreja e de toda a humanidade. Não é admirável saber que qualquer um de nós pode ter influência no mundo inteiro? No lugar onde estamos, realizando bem o nosso trabalho, cuidando da família, servindo os amigos, podemos ajudar a felicidade de tantas pessoas. Como escreve São Josemaria Escrivá, com o cumprimento dos nossos deveres cristãos, temos de ser como a pedra caída no lago. – Produz, com o teu exemplo e com a tua palavra um primeiro círculo... e este, outro... e outro, e outro... Até chegar aos lugares mais remotos.

Vamos pedir ao Senhor que não o atraiçoemos mais; que saibamos afastar, com a sua graça, as tentações que o demônio nos apresenta, enganando-nos. Temos de dizer que não, decididamente, a tudo o que nos afaste de Deus. Assim não se repetirá na nossa vida a desgraçada história de Judas.

E se nos sentirmos débeis, corramos ao Santo Sacramento da Penitência! Ali o Senhor nos espera, como o pai da parábola do filho pródigo, para nos dar um abraço e oferecer-nos a sua amizade. Continuamente sai ao nosso encontro, ainda que tenhamos caído baixo, muito baixo. Sempre é tempo de voltar a Deus! Não reajamos com desânimo, nem com pessimismo. Não pensemos: que vou fazer, se sou um cúmulo de misérias? Maior é a misericórdia de Deus! Que vou fazer, se caio uma e outra vez pela minha debilidade? Maior é o poder de Deus, para nos levantar das nossas quedas!

Grandes foram os pecados de Judas e de Pedro. Os dois atraiçoaram o Mestre: um entregando-o nas mãos dos perseguidores, outro negando-o por três vezes. E, no entanto, que diferente reação teve cada um! Para os dois o Senhor guardava torrentes de misericórdia.

Pedro arrependeu-se, chorou o seu pecado, pediu perdão, e foi confirmado por Cristo na fé e no amor; com o tempo, chegaria a dar a sua vida por Nosso Senhor. Judas, pelo contrário, não confiou na misericórdia de Cristo. Até o último momento teve abertas as portas do perdão de Deus, mas não quis entrar por elas através da penitência.

Na sua primeira encíclica, João Paulo II fala do direito de Cristo a encontrar-se com cada um de nós naquele momento chave da vida da alma, que é o momento da conversão e do perdão (Redemptor hominis, 20). Não privemos Jesus desse direito! Não tiremos a Deus Pai a alegria de nos dar o abraço de boas-vindas! Não contristemos o Espírito Santo, que deseja devolver às almas a vida sobrenatural!

Peçamos a Santa Maria, Esperança dos cristãos, que não permita o desânimo perante os nossos equívocos e pecados, talvez repetidos. Que nos alcance do seu Filho a graça da conversão, o desejo eficaz de recorrer – humildes e contritos – à Confissão, sacramento da misericórdia divina, começando e recomeçando sempre que seja preciso.

Dom Javier Echevarría, Opus Dei

18 de abr. de 2011

Só Cristo eleva o homem às alturas do amor e da liberdade de Deus



Na Missa do Domingo de Ramos, o Papa Bento XVI assinalou que só Cristo é capaz de elevar o homem ao amor, à verdade e à autêntica liberdade de Deus, com a qual vence a força do egoísmo, da mentira e do mal que "puxam para baixo" o ser humano.

“Os Padres disseram que o homem está colocado no ponto de intersecção de dois campos de gravidade”.

“Temos, por um lado, a força de gravidade que puxa para baixo: para o egoísmo, para a mentira e para o mal; a gravidade que nos rebaixa e afasta da altura de Deus. Por outro lado, há a força de gravidade do amor de Deus: sabermo-nos amados por Deus e a resposta do nosso amor puxam-nos para o alto".

“O homem encontra-se no meio desta dupla força de gravidade, e tudo depende de conseguir livrar-se do campo de gravidade do mal e ficar livre para se deixar atrair totalmente pela força de gravidade de Deus, que nos torna verdadeiros, nos eleva, nos dá a verdadeira liberdade".

A possibilidade que tem o homem de chegar à altura de Deus, ganhou-a Cristo através de sua entrega na Cruz. "Ele caminha para a altura da Cruz, para o momento do amor que se dá. O termo último da sua peregrinação é a altura do próprio Deus, até à qual Ele quer elevar o ser humano".

A procissão de Domingo de Ramos, continuou Bento XVI, "quer ser imagem de algo mais profundo, imagem do fato que nos encaminhamos em peregrinação, juntamente com Jesus, pelo caminho alto que leva ao Deus vivo. É desta subida que se trata: tal é o caminho, a que Jesus nos convida".

O Santo Padre disse logo que "a força de gravidade que nos puxa para baixo é poderosa, mas a força de Deus é maior e supera as limitações humanas: basta pensar nas catástrofes que nestes meses afligiram e seguem afligindo a humanidade".

Logo depois ele explicou que a liturgia deste dia recorda que o homem está chamado a "levantar o coração", mas "sozinhos somos demasiado frágeis para elevar o nosso coração até à altura de Deus; “Não somos capazes", repetiu o Papa.

"É precisamente a soberba de o podermos fazer sozinhos que nos puxa para baixo e afasta de Deus. O próprio Deus tem de puxar-nos para o alto; e foi isto que Cristo começou a fazer na Cruz. Desceu até à humilhação extrema da existência humana, a fim de nos puxar para o alto rumo a Ele, rumo ao Deus vivo. Jesus humilhou-Se: diz hoje a segunda leitura. Só assim podia ser superada a nossa soberba: a humildade de Deus é a forma extrema do seu amor, e este amor humilde atrai para o alto".

O homem ainda precisa purificar-se para chegar a Deus, "ter as mãos inocentes e o coração puro" para assim chegar à verdade, "à procura do próprio Deus e nos deixarmos tocar e interpelar pelo seu amor. Mas todos estes elementos da subida só serão úteis, se reconhecermos com humildade que devemos ser puxados para o alto, se abandonarmos a soberba de querermos, nós mesmos, fazer-nos Deus. Temos necessidade d’Ele".

"Deus puxa-nos para o alto; permanecer apoiados pelas suas mãos – isto é, na fé – dá-nos a orientação justa e a força interior que nos eleva para o alto. Temos necessidade da humildade da fé, que procura o rosto de Deus e se entrega à verdade do seu amor".

O Papa disse logo que a pergunta sobre como chegar ao alto sempre questionou o homem. Santo Agostinho, um dos muitos filósofos que quis responder a esta pergunta, disse que "teria desesperado de si mesmo e da existência humana, se não tivesse encontrado Aquele que faz o que nós mesmos não podemos fazer, Aquele que nos eleva à altura de Deus, apesar da nossa miséria: Jesus Cristo, que desceu de junto de Deus até nós e, no seu amor crucificado, nos toma pela mão e nos conduz ao alto".

Finalmente Bento XVI disse: “com o Senhor, caminhamos, peregrinos, para o alto. Andamos à procura do coração puro e das mãos inocentes, andamos à procura da verdade, procuramos o rosto de Deus. Manifestamos ao Senhor o desejo de nos tornar justos e pedimos-Lhe: Atraí-nos, Vós, para o alto! Tornai-nos puros! Fazei que se cumpra em nós a palavra do salmo processional que cantamos, ou seja, que possamos pertencer à geração dos que procuram Deus, «que procuram a face do Deus de Jacó». Amém.

16 de abr. de 2011

FELIZ ANIVERSÁRIO, SANTO PADRE!



Hoje o Papa completa 84 anos. Elevemos nossas orações em sua intenção:

. Oremos pelo nosso Pontífice Bento
.O Senhor o guarde e o fortaleça, lhe dê a felicidade nesta terra e não o abandone à perversidade dos seus inimigos.

. Tu és Pedro!
. E sobre esta pedra edificarei a minha Igreja!

Oremos. Ó Deus, Pastor e guia dos vossos fiéis, olhai com bondade o vosso servo, o Papa Bento XVI, que constituístes Pastor da vossa Igreja; dai-lhe, por sua palavra e exemplo, velar sobre o rebanho que lhe foi confiado para chegar com ele à vida eterna. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

15 de abr. de 2011

Dia de oração pela católica condenada à morte no Paquistão


Asia Bibi, a cristã condenada à morte pela lei de blasfêmia e presa em uma penitenciária de Sheikupura, no Paquistão, agradeceu a todos aqueles que rezarão por ela no Dia Especial de Oração, no próximo 20 de abril. ''Sinto-me amada pela Igreja Católica e por todas as comunidades cristãs do mundo'', disse Asia Bibi.

Nesta data, as comunidades cristãs de todo o mundo são convidadas a recordar Asia Bibi e as vítimas inocentes da lei contra a blasfêmia que condena sem necessidade de testemunhas os acusados de blasfemar contra o corão ou Maomé. Quando Asia foi informada sobre a iniciativa, reagiu emotivamente e disse estar feliz porque o mundo inteiro vai rezar pela sua causa.

Asia agradeceu ainda à Fundação Masihi, que cuida de sua assistência legal, por promover o dia de oração:

"Estou agradecida à fundação por ter organizado tal evento, que me dá esperança para viver. Sinto-me amada pela Igreja Católica e por todas as comunidades cristãs do mundo. Estou orgulhosa de ser filha de uma comunidade tão amável e misericordiosa", afirmou Bibi em declarações reunidas pelo portal Canção Nova Notícias.

E ao desejar a paz ao mundo, Asia Bibi agradeceu ainda ao Papa Bento XVI e a todos os religiosos que rezam por ela. "Espero de todo o coração que esta Quaresma e todas as orações possam me ajudar a conquistar a liberdade e felicidade à minha família", acrescenta.

O conselheiro especial para as Minorias Religiosas no país e irmão do ministro assassinado, Shahbaz Bhatti, o católico Paul Bhatti, confirmou sua adesão ao Dia de Oração pela paquistanesa e garantiu também a sua oração pessoal e seu compromisso em trabalhar junto ao governo do Paquistão e às minorias religiosas para encontrar uma solução e evitar que, no futuro, haja mais vítimas por causa da polêmica lei.

Caros amigos do Tocando o Céu, convido a todos a oferecermos a Deus as nossas orações por esta nossa irmã que está sofrendo por amor a Jesus. Embora presa numa cela e sofrendo de uma doença na pele, justamente por causa da precariedade da cela, ela decidiu fazer o jejum da Quaresma. Embora tenham tentado fazer com que ela desistisse do jejum, por causa de sua saúde, ela decidiu continuar e ofereceu seus sofrimentos pela Igreja, por cada um de nós. Eis suas palavras: "nesta Quaresma quero orar e jejuar pela paz e pela justiça. Quero oferecer meu sofrimento a Deus para estar mais perto Dele. Desejo agradecer a todos os que estão orando por mim, em todo mundo; sinto seu apoio. Quero dizer a todos que eu também rogo por eles e os encomendo ao Senhor, que é Deus da Providência. Peço ao Papa e a todos os cristãos que sigam rezando por mim". É um exemplo para todos nós.

Peçamos a Deus por ela e por todos aqueles nossos irmãos que estão sofrendo perseguição.

14 de abr. de 2011

Santidade é algo simples e acessível a todos, nos ensina o Papa



O Papa Bento XVI disse ontem, diante dos peregrinos reunidos na Praça de São Pedro para a audiência geral, que a santidade é algo simples e acessível a todos: viver a vida cristã.

Concretamente, ele salientou que o essencial é ir à Missa aos domingos, rezar todos os dias e tentar viver de acordo com a vontade de Deus, isto é, amando os outros.

O Santo Padre quis dedicar o encontro de hoje a refletir sobre a realidade da santidade, encerrando assim um ciclo sobre histórias de santos, que começou há dois anos e no qual percorreu as biografias de teólogos, escritores, fundadores e doutores da Igreja.

Em sua meditação, o Pontífice sublinhou que a santidade não é algo que o homem pode alcançar pelas suas forças, mas que vem pela graça de Deus.

"Uma vida santa não é primariamente o resultado dos nossos esforços, das nossas ações, porque é Deus, três vezes Santo (cf. Is 6, 3), que nos torna santos, e a ação do Espírito Santo, que nos anima a partir do nosso inteiro, é a própria vida de Cristo Ressuscitado, que se comunicou a nós e que nos transforma", explicou.

A santidade, afirmou, "tem sua raiz principal da graça batismal, no ser introduzidos no mistério pascal de Cristo, com o qual Ele nos dá seu Espírito, sua vida de Ressuscitado".

No entanto, acrescentou, Deus "sempre respeita a nossa liberdade e pede que aceitemos este dom e vivamos as exigências que ele comporta; pede que nos deixemos transformar pela ação do Espírito Santo, conformando a nossa vontade com a vontade de Deus".
Partindo da premissa de que o amor de Deus já nos foi dado pelo Batismo, agora se trata, segundo Bento XVI, de "fazê-lo frutificar".

"Para que a caridade, como uma boa semente, cresça na alma e nos frutifique, todo fiel deve ouvir a Palavra de Deus voluntariamente e, com a ajuda da sua graça, realizar as obras de sua vontade, participar frequentemente dos sacramentos, especialmente da Eucaristia e da liturgia sagrada, aproximar-se constantemente da oração, da abnegação, do serviço ativo aos irmãos e do exercício de todas as virtudes", explicou.

Longe da linguagem solene, o Papa propôs "ir ao essencial", resumindo a santidade em três pontos: o primeiro "é não deixar jamais um domingo sem um encontro com Cristo Ressuscitado na Eucaristia; isso não é um fardo, mas a luz para toda a semana".

O segundo é "não começar nem terminar jamais um dia sem pelo menos um breve contato com Deus".

E o terceiro, "no caminho da nossa vida, seguir os "sinais do caminho" que Deus nos comunicou no Decálogo lido com Cristo, que é simplesmente a definição da caridade em determinadas situações".

"Penso que esta é a verdadeira simplicidade e grandeza da vida de santidade: o encontro com o Ressuscitado no domingo; o contato com Deus no começo e no final do dia; seguir, nas decisões, os ‘sinais do caminho' que Deus nos comunicou, que são apenas formas da caridade."

"Daí que a caridade para com Deus e para com o próximo sejam o sinal distintivo de um verdadeiro discípulo de Cristo. Esta é a verdadeira simplicidade, grandeza e profundidade da vida cristã, do ser santos", acrescentou.

"Quão grande, bela e também simples é a vocação cristã vista a partir desta luz! - exclamou o Papa. Todos nós somos chamados à santidade: é a própria medida da vida cristã."

"Eu gostaria de convidar todos vós a abrir-vos à ação do Espírito Santo, que transforma as nossas vidas, para ser, também nós, como peças do grande mosaico de santidade que Deus vai criando na história, de modo que o rosto de Cristo brilhe na plenitude do seu fulgor."

Por isso, exortou, "não tenhamos medo de dirigir o olhar para o alto, em direção às alturas de Deus; não tenhamos medo de que Deus nos peça muito, mas deixemo-nos guiar, em todas as atividades da vida diária, pela sua Palavra, ainda que nos sintamos pobres, inadequados, pecadores: será Ele quem nos transformará segundo o seu amor".

Os santos, afirmou o Papa, "nos dizem que percorrer esse caminho é possível para todos. Em todas as épocas da história da Igreja, em todas as latitudes da geografia no mundo, os santos pertencem a todas as idades e condições de vida, são rostos verdadeiros de todos os povos, línguas e nações".

Em sua opinião, "muitos santos, nem todos, são verdadeiras estrelas no firmamento da história", e não só "os grandes santos que eu amo e conheço bem", mas também "os santos simples, ou seja, as pessoas boas que vejo na minha vida, que nunca serão canonizadas".
"São pessoas normais, por assim dizer, sem um heroísmo visível, mas, na sua bondade de cada dia, vejo a verdade da fé. Essa bondade, que amadureceram na fé da Igreja, é a apologia segura do cristianismo e o sinal de onde está a verdade", concluiu.

11 de abr. de 2011

O pecado arruina a vida do homem


Ontem na Praça de São Pedro no Ângelus, o Papa Bento XVI assinalou que o pecado gera a morte espiritual que ameaça arruinar a vida do homem.

"A morte representa para nós um muro que nos impede de ver mais adiante; entretanto nosso coração está inclinado para o que está mais além, e embora não possamos conhecer o que ele esconde, no entanto, pensamos, imaginamos, expressando com símbolos o nosso desejo de eternidade", disse o Pontífice.

O Papa falou da ressurreição e ressaltou como esta aspiração ancestral do homem a ser sepultado junto com seus pais é o anseio por uma "pátria" que o acolha no final dos esforços terrenos.

"Mesmo entre os cristãos, a fé na ressurreição e na vida eterna se acompanha não raramente de tantas dúvidas, tanta confusão, porque se trata de uma realidade que transcende os limites da nossa razão, e requer um ato de fé”, continuou o Santo Padre.

Refletindo sobre o Evangelho, o Santo Padre afirmou que "Cristo abate o muro da morte, n’Ele habita toda a plenitude de Deus, que é vida, vida eterna. Por isso a morte não teve poder sobre Ele. E a ressurreição de Lázaro é sinal do seu pleno domínio sobre a morte física que diante de Deus é como um sono".

“Mas há outra morte, que custou a Cristo a luta mais difícil, - disse o Papa - o próprio preço da cruz: a morte espiritual, o pecado, que ameaça arruinar a vida de cada homem. Para vencer esta morte Cristo morreu e a sua Ressurreição não é o retorno à vida precedente, mas a abertura de uma nova realidade, uma “nova terra”, finalmente unida novamente com o céu de Deus".

"Nestes dias, ante a proximidade do começo da Semana Santa, peçamos à Virgem Maria que nos ajude em nosso caminho de preparação espiritual, para que, através da oração, as obras de caridade e de penitência quaresmal, possamos participar com fruto na Páscoa daquele que é a ressurreição e a vida”, concluiu o Papa.

7 de abr. de 2011

Em sua Catequese, Bento XVI fala sobre Santa Teresinha do Menino Jesus


Na Audiência Geral de ontem, o Papa Bento XVI falou sobre Santa Teresa do Menino Jesus, que com sua vida mostrou que para alcançar a plenitude do Amor, a Deus, é necessário fazer-se pequeno com humildade, procurando o Senhor nas Escrituras e na Eucaristia, para doar a vida por outros.

O Papa recordou aos presentes que a santa "viveu neste mundo somente 24 anos, ao final do século XIX, conduzindo uma vida muito simples e escondida, mas que, após a morte e a publicação dos seus escritos, tornou-se uma das santas mais conhecidas e amadas".

"A "pequena Teresa" nunca deixou de ajudar as almas mais simples, os pequenos, os pobres e os sofredores que a ela rezam, mas também iluminou toda a Igreja com a sua profunda doutrina espiritual, a tal ponto que o Venerável Papa João Paulo II, em 1997, desejou dar-lhe o título de Doutora da Igreja, em acréscimo àquele de Padroeira das Missões, já atribuído por Pio XI em 1939. O meu amado Predecessor a definiu perita da “scientia amoris” (ciência do amor).

"Essa ciência, que vê resplandecer no amor toda a verdade da fé, Teresa a expressa principalmente na narração da sua vida, publicado um ano após sua morte sob o título História de uma alma".

"Com Maria ao lado da Cruz de Jesus, Teresa viveu a fé mais heróica, como luz nas trevas que invadem sua alma. A Carmelita tem consciência de viver essa grande prova pela salvação de todos os ateus do mundo moderno, chamados por ela de "irmãos", disse o Papa.
"Nesse contexto de sofrimento, vivendo o maior amor nas pequenas coisas da vida cotidiana, a santa leva a cumprimento a sua vocação de ser o Amor no coração da Igreja".

Teresa morreu na tarde de 30 de setembro de 1897, dizendo as simples palavras: "Meu Deus, eu vos amo!".

"Essas últimas palavras da Santa são a chave de toda a sua doutrina, da sua interpretação do Evangelho. O ato de amor, expresso no seu último suspiro, era como o contínuo respiro da sua alma, como o batimento do seu coração. As simples palavras "Jesus, Te amo" estão ao centro de todos os seus escritos".

Teresa é um dos "pequenos" do Evangelho que se deixam conduzir por Deus na profundidade do seu Mistério. Uma guia para todos, sobretudo para aqueles que, no Povo de Deus, desempenham o ministério de teólogos. Com a humildade e caridade, a fé e a esperança, Teresa entra continuamente no coração da Sagrada Escritura que contém o Mistério de Cristo", afirmou o Papa.

"E tal leitura da Bíblia, nutrida pela ciência do amor, não se opõe à ciência acadêmica. A ciência dos santos, de fato, da qual ela mesma fala na última página da História de uma alma, é a ciência mais alta".

"Confiança e Amor" são, portanto, o ponto final da narrativa da sua vida, duas palavras que, como faróis, iluminaram todo o seu caminho de santidade, para poder guiar os outros na "pequena via da confiança e do amor", da infância espiritual ".

"Confiança como aquela da criança que se abandona nas mãos de Deus, inseparável do compromisso forte e radical do verdadeiro amor, que é dom total de si, para sempre, como diz a Santa contemplando Maria: "Amar é dar tudo, é dar a si mesmo"", concluiu o Santo Padre.

5 de abr. de 2011

TOCANDO O CÉU II

Olá Amigos e seguidores do blog!
Nesse Santo tempo da Quaresma, a Santa Igreja, nos dá muitos conselhos e nos transmite muitos ensinamentos que nos aproximam de Deus. Seguindo esses ensinamentos poderemos viver como que "Tocando o céu", pois as penitências nos afastam do pecado e do apego a este mundo; as esmolas cobrem também uma multidão dos nossos pecados; e as orações nos elevam ao encontro e comunhão com Deus;
Uma pergunta que devemos nos fazer: Estamos aproveitando este tempo tão favorável para a nossa santificação? Será que estamos "Tocando o céu" ou rastejando aqui na Terra apegados à nossa vontade, ao nosso egoísmo, à nossa vaidade, avareza ou sensualidade?
S. Pedro Crisólogo, bispo no sec IV, nos diz de modo simples mas muito claro:
"O que a oração pede, o jejum alcança e a misericórdia o recebe.
O jejum é a alma da oração, e a misericórdia dá vida ao jejum. Ninguém queira separar essas três coisas, pois são inseparáveis. Quem pratica uma delas ou não as pratica todas simultâneamente é como se nada fizesse".
Portanto amigos, vivamos essa metade da quaresma que nos falta realmente "Tocando o céu", longe do pecado e próximo de Deus.
Deixo aqui o meu convite: Procuremos com arrependimento, humildade, confiança e sinceridade a uma sacerdote para nos confessar e celebrar a Páscoa e podermos assim não só tocar o céu , mas irmos ao céu.
Que Deus os abençoe.

4 de abr. de 2011

Cristo é a luz do mundo que permite vencer o mal


No Ângelus dominical o Papa Bento XVI assinalou que Cristo é a luz do mundo que permite vencer o mal com o bem.

"O itinerário quaresmal que estamos vivendo é um tempo particular de graça, durante o qual podemos experimentar o dom da benevolência de Deus por nós", disse o Santo Padre.

Assim mesmo fez notar que este domingo, denominado "Laetare", a liturgia "convida a alegrar-nos, a animar-nos, assim como proclama a antífona do ingresso da celebração eucarística: "Regozijai-vos com Jerusalém e encontrai aí a vossa alegria, vós todos que a amais; com ela ficai cheios de alegria, vós todos que estais de luto, a fim de vos amamentar à saciedade em seu seio que consola".

O Pontífice fez uma reflexão sobre a natureza desta profunda alegria, sobre sua razão de ser: "Qual é a razão profunda dessa alegria? Diz-nos o Evangelho de hoje, no qual Jesus cura um homem cego de nascença. A pergunta que o Senhor Jesus dirige àquele que era cego constitui o cume da narrativa: "Tu crês no Filho do homem?”. Aquele homem reconhece o sinal operado por Jesus e passa da luz dos olhos à luz da fé: "Creio, Senhor!".

"É de se evidenciar como uma pessoa simples e sincera, de modo gradual, percorre um caminho de fé: em um primeiro momento encontra Jesus como um "homem" entre os outros, depois considera-o um "profeta", e enfim os seus olhos se abrem e proclama-O "Senhor".

“Em oposição à fé do cego curado está o endurecimento do coração dos fariseus, que não desejam aceitar o milagre, porque se recusam a acolher Jesus como o Messias. A multidão, ao contrário, detém-se a discutir sobre o acontecido e permanece distante e indiferente. Os próprios pais do cego são vencidos pelo medo do juízo dos outros”, assinalou o Papa.

"E nós, qual atitude assumimos frente a Jesus? Também nós, por causa do pecado de Adão, nascemos "cegos", mas, na fonte batismal, fomos iluminados pela graça de Cristo. O pecado tinha ferido a humanidade, destinando-a à obscuridade da morte, mas, em Cristo, resplandece a novidade da vida e a meta à qual fomos chamados".

Bento XVI definiu a vida cristã como uma "contínua conformação a Cristo, imagem do homem novo, para chegar à plena comunhão com Deus. O Senhor Jesus é 'a luz do mundo' porque nele brilha o conhecimento da glória de Deus que continua revelando na complexa trama da história o sentido da existência humana".

"Nestes dias que nos preparam para a Páscoa, reavivemos em nós o dom recebido no Batismo, aquela chama que muitas vezes corre o risco de ser sufocada. Alimentemo-la com a oração e a caridade pelo próximo", finalizou o Papa.

1 de abr. de 2011

Beata Chiara Luce, exemplo de adesão a Jesus Cristo


O Papa Bento XVI esta semana animou os católicos a seguirem o exemplo de adesão a Cristo da nova beata Chiara "Luz" Badano, a jovem italiana falecida aos 18 anos, em 1990, por causa de um câncer nos ossos e elevada aos altares em 25 de setembro do ano passado.

Ao saudar os fiéis chegados da diocese italiana de Acqui, acompanhados de seu Bispo Giorgio Micchiardi, e do Bispo Emérito, Dom Livio Maritano, chegados para a Audiência Geral desta quarta-feira, o Papa expressou sua alegria pela presença deste grupo de católicos reunido em Roma para recordar sua conterrânea.

"Queridos amigos, convido-lhes, sob o exemplo de sua Beata, a prosseguir em seu esforço de adesão a Cristo e ao Evangelho", alentou o Santo Padre.

Entre os presentes chegados de Acqui, também se encontrava a vice-postuladora da causa de Chiara "Luce" (Luz) Badano, María Grazia Magrini, quem apresentou ao Pontífice um quadro da Beata que será abençoado por ele e será enviado à primeira capela dedicada a ela.

Esta capela se encontra na localidade de Bohicon em Benin, país africano ao qual Chiara enviou todo seu dinheiro para colaborar na escavação de 30 poços de água quando já estava prostrada em cama sem poder caminhar devido ao câncer que a afetava.

Ao enviar o dinheiro ao voluntário encarregado, escreveu-lhe falando de Jesus e disse sobre o dinheiro: "não me serve, eu tenho tudo".

O Prefeito para a Congregação das Causas dos Santos, o agora Cardeal Angelo Amato, presidiu em 2010 a Missa de beatificação de Chiara, que pertencia ao movimento dos Focolares e que viveu entre 1971 e 1990.

Em sua homilia, o Cardeal disse que esta adolescente "nos convida a reencontrar a frescura e o entusiasmo da fé. A Beata Chiara Luce Badano é uma missionária de Jesus, uma apóstola do Evangelho como boa notícia para um mundo rico em bem-estar, mas com freqüência doente de tristeza e de infelicidade".

Chiara dizia "não tenho pernas e eu gostava tanto de passear de bicicleta, mas o Senhor me deu asas". Ao rechaçar a morfina que lhe ofereciam para diminuir a dor afirmava "ela me tira a lucidez e posso oferecer a Jesus minha dor".

Um de seus últimos presentes, explicou o Cardeal Amato na homilia da Missa de beatificação, foi o de suas córneas a dois jovens que agora vêem graças a ela.

"Esta moça, de aparência frágil, era em realidade uma mulher forte" que falava de seu "vestido de bodas" para seu funeral: "não choro porque sou feliz", assinalava a Beata.

A Igreja estabeleceu que a data para recordar a nova Beata será a cada 29 de outubro, o dia de seu nascimento.

Beata Chiara Luce, rogai por nós.