18 de mai. de 2011

Mês de Maio, Mês de Maria!


Era hábito na família de Santa Teresinha do Menino Jesus prestar-se, no mês de maio, festiva homenagem à Nossa Senhora, Maria Santíssima. Dona Zélia Martin arrumava o altar da Virgem na Sala e enfeitava a imagem de Maria Santíssima com flores e palmas. Dizem as crônicas que a pequena Teresa batia palmas de alegria quando via os galhos das palmeiras elevarem-se quase a tocar o teto. Desde cedo a pequenina manifestava seu amor filial à sua Mãe do Céu.

Devoção Católica

A devoção à Nossa Senhora, Maria Santíssima, é característica do verdadeira cristianismo, o Católico Romano. Devoção completa que envolve alma e corpo, razão e sentidos, como convém a criatura feita de espírito e matéria [...] manifestação do amor e veneração para com a Virgem Mãe de Deus, através de atos que falam a sensibilidade, é cunho singular do verdadeiro cristianismo.

O Sentimento na Piedade

Foi o que levou, um grande arcebispo a ponderar que a piedade pode estar no sentimento; jamais no sentimentalismo. O sentimento continuava o prelado, da suavidade à virtude, torna amável o serviço de Deus.

O que vale de toda devoção, aplica-se de modo especial ao culto mariano. Pois, é muito próprio do amor filial exteriorizar-se em sinais sensíveis de carinho e afeto. O mesmo vale, e em grau mais intenso, quando se trata da Mãe Celeste, a melhor das Mães a quem devemos a vida da Graça que, por sua interseção a possuímos.

Devoção Brasileira

Justo, pois, e altamente louvável a prática usual no Brasil de dar ao mês de maio um cunho sensivelmente festivo, através de ofertas de flores a Nossa Senhora e coroação de sua imagem.

Nas Igrejas, no mês de maio, é comum a procissão de crenças e donzelas que se dirigem a depositar flores aos pés da Virgem Mãe. Vão cantando:

"Neste mês de alegria

Tão lindo mês de flores!


Queremos de Maria


Celebrar os louvores.
"

No encerramento do mês, há a oferta do coração. Vão todos confiar seu bom propósito ao coração materno de Maria que os aprove e lhes dê eficácia.

Agradável à Nossa Senhora

Não há dúvida que é do agrado da Mãe Celeste semelhante maneira de externar-lhe nosso amor filial.

Vem-nos à memória o diálogo entre uma carmelita e uma pessoa que a visitava. Tinha esta o habito de rezar diariamente todo o Rosário. Interessada no bem espiritual de sua visitante, perguntou-lhe a monja:

- Você ainda reza o Rosário todos os dias?

- Sim, respondeu a outra. Muito mal, cheia de distrações, mas rezo.

- Não se impressiona retorquiu a freira. Nossa Senhora é Mãe, e agradece também os ramalhetes de flores de capim que, na nossa miséria lhe oferecemos.

Assim é. Nossa pobreza espiritual não poderá ter senão capim. Mas, Nossa Senhora agradece sempre. Desde que de nossa parte haja boa vontade isto é, desejo sincero de agradá-la. Que nisto está o amor.

Devoção Interna

Desejo sincero de agradá-la. Quer dizer, as alegrias externas devem provir da vontade decidida de nada fazer que entristeça o Coração materno de Maria Santíssima.

Fundamento da Devoção

Por isso mesmo, a devoção e Nossa Senhora é fruto da fé. Baseasse nos singulares privilégios com que a agraciou Deus Nosso Senhor e no papel e no papel único que lhe reservou na economia da salvação do Gênero humano.

Com efeito, Deus vinculou-a intimamente à obra de Jesus Cristo, fazendo-a Corredentora e Medianeira de todas as Graças.

Eis que fora da Igreja Católica, objetivamente não pode haver verdadeira devoção à Nossa Senhora. Pois, fora da Igreja, não se reconhecem ao menos, alguns dos privilégios da Mãe de Deus. Os anglicanos esquivam-se de lhe atribuir a perene virgindade; os ortodoxos fazem restrição à sua conceição imaculada; os protestantes, em geral, não aceitam seu papel de corredentora.

Não há devoção sem verdadeira fé

Objetivamente, pois, não podem ter verdadeira devoção `a Nossa Senhora. Renan enalteceu a Jesus cristo como o mais perfeito dos homens, mas é considerado blasfemo, porque lhe negou a aureola da divindade.

Analogicamente dá-se o mesmo com os que admiram em Maria Santíssima a mais excelente das mulheres, mas não lhe reconhecem os privilégios sobrenaturais com que Deus a adornou.

A boa fé dos não católicos

Dizemos de propósito, “objetivamente”, porque as coisas se passa de modo diferente com aqueles que, sem culpa própria, se acham fora do grêmio da Igreja de Jesus Cristo. Para estes que ainda mantém sincera devoção a Nossa Senhora, poderá a Virgem Maria obter a luz da Fé que os encaminhe a verdadeira Igreja de Cristo.

Pois, Nossa Senhora, é sensível a qualquer manifestação de amor por parte dos homens e como Medianeira de todas as graças, não deixará sem retribuição o culto que, com sinceridade e boa fé lhe prestem.

Fonte: Boletim Diocesano de maio de 1974 - Diocese de Campos.

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